Nos bastidores da estratégia digital do Plano Coronavirus: um chatbot e um aplicativo

Em tempo recorde, empresas e técnicos trabalharam para desenvolver chatbots, um aplicativo e o número 0800 para o Plano Coronavirus. Mariana Malek...

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Em tempo recorde, empresas e técnicos trabalharam para desenvolver um chatbot, um aplicativo e o 0800 Coronavirus Plan.

pessoas no escritório usando máscaras e chatbot

Há pouco mais de um mês, na sexta-feira 13 de março, o primeiro caso de coronavírus foi confirmado no Uruguai e o governo lançou o alarme. Nesse mesmo dia, ao meio-dia, várias empresas públicas e privadas realizaram sua primeira grande reunião para delinear uma estratégia a ser seguida na batalha contra a COVID-19 e a desinformação em torno da doença. Isbel foi uma das empresas reunidas para desenvolver produtos como o chatbot que funciona em sites governamentais e mútuos, assim como o WhatsApp e o Facebook Messenger.

Rafael Staricco, diretor executivo da empresa de serviços de tecnologia, disse ao El País sobre o início e a estratégia que foi concebida para garantir que informações oficiais, seguras e confiáveis estivessem rapidamente disponíveis ao público no ambiente digital.

"Antes daquela sexta-feira, 13 de março, já tínhamos tido algumas conversas sobre como a comunidade tecnológica poderia ajudar no caso de uma possível chegada do coronavírus no Uruguai", disse o especialista. Ele acrescentou: "Naquela mesma sexta-feira fomos convocados pela Antel - que junto com a Agesic foi nomeada pela Presidência para coordenar a cooperação tecnológica e as estratégias a serem seguidas - e eles nos perguntaram se podíamos assumir o controle dos chatbots".

Um chatbot é um programa que simula uma conversa com uma pessoa, fornecendo respostas automáticas à entrada do usuário.Staricco explicou que o trabalho foi dividido em duas categorias amplas: uma sendo a visível publicamente 0800 1919, o aplicativo Coronavirus UY e os chatbots; enquanto a outra eram os diferentes sistemas que processavam as informações.

Trabalhando contra o relógio  

Mais de 150 pessoas haviam trabalhado contra o relógio desde aquela sexta-feira. "Os prazos que estavam sendo estabelecidos eram muito exigentes. A coordenação com o Ministério da Saúde Pública era muito necessária, especialmente para questões médicas", explicou o chefe da Isbel.

Dois dias depois, o plano de ação foi finalizado em uma reunião entre Isbel, Genexus, Antel, Agesic e o Ministério da Saúde Pública (MSP). Lá, foi estabelecido que os canais tinham dois objetivos: informativos, para satisfazer a necessidade da população de saber mais sobre a pandemia; e que as ferramentas reuniriam informações para contribuir para a possível detecção de casos.

"O importante era que esta detecção fosse sistematizada e organizada por nível de certeza e risco. Assim como a conexão com os diferentes mútuos e ASSE", disse Staricco.

A partir do momento em que estes objetivos foram acordados, iniciou-se um trabalho intenso durante vários dias para disponibilizar os serviços à população e às autoridades o mais rápido possível. "Deve-se notar que uma equipe de técnicos que não se conheciam começou a trabalhar quase de cor. Foi uma atmosfera muito boa de colaboração enquanto estávamos sob muito estresse devido à pressão que tal situação e uma ordem governamental implicavam", disse ao El País o diretor de Isbel.

"Tínhamos limitações em muitas questões porque organizações como a WhatsApp revisam esses tipos de licenças, mas as diferentes agências se tornaram disponíveis para acelerar os processos", disse Staricco. Ele enfatizou: "O importante era que estávamos todos remando para o mesmo lado.

O resultado  

O trabalho de todos os especialistas em tecnologia resultou nos chatbots, na aplicação e na interface do Plano Coronavirus. "Algo unificado e coerente foi montado, e o software de processamento de dados acrescentou informações ao longo dos dias", enfatizou o especialista.

Na manhã de terça-feira, 17 de março, os chatbots começaram a responder suas primeiras perguntas. O pedido foi colocado à disposição do público em 20 de março.

"Os chatbots têm aliviado a ansiedade de muitas pessoas. Hoje, se você ligar para 0800 1919, a pessoa que responde lhe faz as mesmas perguntas que o chatbot que está agora em 60 sites. Você preenche o mesmo formulário e o mesmo banco de dados", explicou ele.

Os dados indicam que, no início de abril, um milhão de mensagens foram recebidas via chatbots e a aplicação do Plano Coronavirus teve mais de 200.000 downloads.

Se você estiver interessado em responder perguntas, você pode ligar para 0800 1919, enviar um WhatsApp para 098 99 99 99 ou baixar o aplicativo Coronavirus UY no Android e iOS.

Como funciona um chatbot?

Do que estamos falando quando nos referimos aos famosos chatbots? O termo vem de chat, chatting e bot, um termo curto para uma espécie de robô ou inteligência artificial.

Rafael Staricco indicou que os chatbots são assistentes virtuais que trabalham através de serviços de mensagens como o WhatsApp ou Messenger ou através de websites.

"É uma pequena janela com a qual você pode interagir escrevendo o que quiser ou dando respostas diferentes através da conversa". Ao invés de uma pessoa receber as respostas, um sistema virtual o faz", explicou o diretor de Isbel ao El País.

"O que esta ferramenta faz é comunicar através de programas de computador com bancos de dados ou repositórios de informações onde extrai as consultas que a pessoa está fazendo e, desta forma, pode fornecer respostas sem intervenção humana, como plataformas de mensagens ou um website", acrescentou ele.

Os chatbots do Plano Coronavirus têm dois ramos, um que é mais informativo e outro que realiza a triagem inicial, o que faz perguntas sobre o quadro clínico, como se a pessoa tinha febre, se estava em contato com alguém que estava infectado, etc. Conforme o usuário responde, o sistema o qualifica, de modo que se a informação é enviada por causa de um possível resultado positivo, ela é classificada.


Artigo original publicado no El País.

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