Quais são os elementos técnicos que nos permitem assistir as qualificações para o Qatar 2022 em nossos dispositivos, qual é sua história, o que significa radiodifusão e streaming?
A transmissão ao vivo de eventos tem sofrido uma evolução significativa e acelerada nos últimos anos. O futebol não é estranho a isto: assistir a uma partida de qualificação em nosso telefone de qualquer lugar era impensável há apenas alguns anos, mas muitas vezes desconhecemos os desenvolvimentos tecnológicos e infraestruturais que fazem deste ato cotidiano uma realidade.
A história da radiodifusão
Vamos rever a história: a Copa do Mundo na Suíça em 1954 foi a primeira a ser transmitida pela televisão, e 4 milhões de europeus desfrutaram do sinal transmitido pela Eurovisão. Foram necessários mais 16 anos para que os uruguaios vivessem uma Copa do Mundo ao vivo, transmitida do México via satélite. Entretanto, como o sinal passou primeiro pela Argentina, os telespectadores em nosso país não puderam ver todas as partidas daquela equipe, que terminou em quarto lugar.
O salto tecnológico seguinte veio nos anos 80, com a televisão a cores da Mundialito e a Copa do Mundo de 1982 na Espanha. Duas décadas se passaram antes que uma Copa do Mundo fosse transmitida digitalmente em alta definição (HD), que aconteceu na Coréia-Japão 2002, mas para o Uruguai este formato só chegou com a África do Sul 2010, e somente para assinantes de TV.
Até então, os torneios de futebol em nosso país eram televisionados usando a técnica de transmissão: um transmissor (canal de televisão) envia um sinal por via aérea ou a cabo para uma multidão de receptores que o captam simultaneamente.
A chegada do streaming no Uruguai
Embora em 2001 a Antel já tivesse realizado as primeiras experiências em nosso país de transmissão de futebol por streaming (modalidade em que a emissora transmite um sinal aos receptores que o solicitam), a Copa do Mundo Brasil 2014 marcou o marco para as transmissões em massa deste tipo em HD.
A Rússia 2018 foi o torneio com a maior implantação tecnológica da história, com transmissões de televisão em um formato quatro vezes mais potente que o HD: Ultra HD (também conhecido como UHD ou 4K HDR). A partir daquele momento, os usuários do Vera+ da Antel puderam assistir aos jogos da Copa do Mundo em seus dispositivos móveis.
Nosso trabalho com a Antel
Na Isbel, trabalhamos com a Antel para criar a infra-estrutura que tornou possível as transmissões UHD.
Gonzalo Vallarino, líder da equipe de engenharia da Telco e Smart Cities, explica que esta nova forma de distribuição de conteúdo requer a montagem de redes especiais (CDN), nas quais vários elementos resolvem os desafios técnicos apresentados pela transmissão de eventos em tempo real.
Por exemplo, um deles é gerenciar as solicitações que os usuários fazem de seus dispositivos para assistir à partida e que o sinal que recebem é ótimo para cada tipo de dispositivo (não é eficiente enviar a um telefone celular um sinal que esteja pronto para ser projetado em uma tela de 50 polegadas).
Para Vallarino, nos acostumamos a ver a La Celeste ao vivo em um celular ou tablet muito rápida e naturalmente, mas isto não teria sido possível sem esta grande implantação de tecnologia e engenharia.
Artigo original publicado no Portal Carmelo.
